"...Sou um homem doente… Um homem mau. Um homem desagradável. Creio que sofro do fígado. Aliás, não entendo níquel da minha doença e não sei, ao certo, do que estou sofrendo. Não me trato e nunca me tratei, embora respeite a medicina e os médicos. Ademais, sou supersticioso ao extremo; bem, ao menos o bastante para respeitar a medicina. Sou suficientemente instruído para não ter nenhuma superstição, mas sou supersticioso. Não, se não quero me tratar, é apenas de raiva. Certamente não compreendeis isto. Ora, eu compreendo. Naturalmente não vos saberei explicar a quem exatamente farei mal, no presente caso, com a minha raiva; sei muito bem que não estarei a pregar peças nos médicos pelo fato de não me tratar com eles; sou o primeiro a reconhecer que, com tudo isto, só me prejudicarei a mim mesmo e a mais ninguém. Mas, apesar de tudo, não me trato por uma questão de raiva. Se me dói o fígado, que doa ainda mais..."
Trecho de Memórias do Subsolo de Fiódor Dostoiévski, Ed. 34.
Fiódor Dostoiévski
Que doa ainda mais, rs.
ResponderExcluirEu tomaria uns 10 remedinhos que passava logo. Claro que uns dois resolveriam, os outros oito por pura diversão, hahaha.
Muito legal ler fragmentos de bons livros. Não tenho encontrado muito disto no blogspot.
o moço era realmente um tantinho confuso né?
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