“...– Não sei muito bem Tommy, não sei mesmo. É como se fizesse as coisas ficarem mais reais pra gente. A vida é entediante e fútil. A gente começa com altas expectativas. Depois descarta todas elas. Percebemos que vamos todos morrer sem descobrir as grandes respostas...Basicamente, a gente vive uma vida curta e decepcionante; depois a gente morre. A gente enche a vida de merda, de coisas como carreiras e relacionamentos, pra ficar livres da idéia de que tudo é inútil. A heroína é uma droga honesta, porque arranca fora essas ilusões. Com a heroína, quando cê se sente mal, ela intensifica a merda que já está ali. É a única droga realmente honesta. Não altera a sua consciência. Só te dá um soco e uma sensação de bem estar. Depois disso, cê vê a desgraça do mundo como ela é, e cê não consegue mais se anestesiar contra ela...”
Trecho de Trainspotting do escritor Irvine Welsh, Ed. Rocco, 1º edição, 2004.
Tradução de Galera & Pellizzari
Tradução de Galera & Pellizzari
Essa tal tá me perseguindo... Assisti a um filme sobre ela, sem saber. Candy.
ResponderExcluirTrainspotting tá aqui pra eu ver de novo.
No natal, tive vontade de morrer de overdose (nunca usei drogas, portanto, vontade idiota!). Crise de Christiane F.
Às vezes a gente vê a vida como ela é e vive sem poder contar com esse 'bem estar' momentâneo.
Melhor assim, qnd o 'cold turkey' surge pelo q vc pensa, não pelo q vc usa...
"a vida é entediante e fútil"????
ResponderExcluiroh amiguinho, precisamos tomar um chopp gelado para fazer você ver as cores do crepúsculo, ouvir o sorriso de um bebê, ver o reflexo do sol na poça d'água, o arco-íris, ler Quintana e Drummond...ver um quadro de Klimt....
amigo,
a vida é legal para caramba!
Grande filme...
ResponderExcluirNo contexto de Trainspotting ela é muito entendiante e descartável como como o "ocidente" em si e a Escócia fria e abandonada cheia de fábricas fechadas na ressaca do pós guerra.
ResponderExcluirEste livro e consequentemente o filme que se baseou no mesmo retrata como cada época têm seu vicio. Este filme fez parte de minha adolescência, sua trilha sonora me acompanha até hoje.
O livro mostra como a idéia de "alterar as percepçoes" dos anos 60 e 70 através de drogas é passado. No contexto do livro nao existe mais essa idéia de drogas e percepção, agora é o uso da heroína por ela mesma, pela sensação de vazio. E quando passar o efeito ir atrás de mais. De certo modo o livro mostra como cada um tem sua própria droga em uma mundo descartável...uns a heroina, outros o consumismo, outros alimentar a idéia da familia nuclear, ou o sexo como o autor retrata em outro livro continuação de trainspotting.
Realmente a vida é legal...
aliás prefiro Jules Pascin!