Lanço palavras em direção ao sol
Apanho do cotidiano podre e gasto pelo tempo
Os persevejos habitam o Jardim do Éden, perfurando seu útero grávido
Lírios de plástico enfeitam barracos, casas e jaulas de borboletas...
O solo adubado por restos tóxicos é arado por crianças descalças e desnutridas.
A noite dorme enquanto o dia trabalha...O cálice de mentiras é servido todas as noites...
E a terra agora molhada se joga diante do nada...
Cartola sentado no alto do morro pensa com ele mesmo "E a natureza sorrindo, tingindo, tingindo"... e olhando para baixo triste vendo sua escola triste servindo de abrigo se sente nostálgico..."Alvorada lá no morro, que beleza
Ninguém chora, não há tristeza
Ninguém sente dissabor"
Gritos abafados se cansam sem ar...
O útero furado se racha ao meio trazendo consigo o gosto ébrio da morte
Muros de mel derretem
O asfalto quente agora soterrado tomba diante do mar de terra
Vagando pelo canto de uma esquina...olhando para a rua agora inexistente, a alvorada se esconde tímida...!
Juan Moravagine Carneiro
(Inacabado)
Juan, suas palavras são o luxo que vai me silenciando, quebra-me de forma inexplicável.
ResponderExcluirInacabado? Literalmente, pouso diretamente no inacabado.
Cá no diga-me: quem és tu por trás das telas, além do que tenho contemplado e saboreado em letrativo [!?]
Vaso, bela semana!
Priscila Cáliga
Hoje eu estou sentindo que as minhas palavras não vão mudar o mundo, mas as suas bem que poderiam. A beleza do seu pensamento não tem fim, mesmo inacabado.
ResponderExcluirBjo carinhoso.
Estava ouvindo Cartola hoje:
ResponderExcluir"Minha
Ela não foi um só instante
como mentiam as cartomantes
como eram falsas as bolas de cristal."
O inacabado é sempre mais instigante...
Lírios de plástico.
ResponderExcluirTitãs: as flores de plástico não morrem.
E 'o Rio de Janeiro continua lindo'(???)
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