Eu urrava nos poliedros da Justiça meu momento
abatido na extrema paliçada
os professores falavam da vontade de dominar e da
luta pela vida
as senhoras católicas são piedosas
os comunistas são piedosos
os comerciantes são piedosos
só eu não sou piedoso...
aos sábados à noite
eu seria um bom filho meus colegas me chamariam
cu-de-ferro e me fariam perguntas: por que navio
bóia? por que prego afunda?
eu deixaria proliferar uma úlcera e admiraria as
estátuas de fortes dentaduras
iria a bailes onde eu não poderia levar meus amigos
pederastas ou barbudos
eu me universalizaria no senso comum e eles diriam
que tenho todas as virtudes
eu não sou piedoso
eu nunca poderei ser piedoso
meus olhos retinem e tingem-se de verde
Os arranha-céus de carniça se decompõem nos
pavimentos
os adolescentes nas escolas bufam como cadelas
asfixiadas
arcanjos de enxofre bombardeiam o horizonte através
dos meus sonhos
A piedade de Roberto Piva
os adolescentes nas escolas bufam como cadelas
ResponderExcluirasfixiadas
ui.
Juan,
ResponderExcluirseu escrito abaixo nadou em minha veia hoje, e não contive me silenciei diante do que meus olhos registraram, que me vi escrita, é tão verdade que doe-me, mas é prenúncio de liberdade, pois grito a volta. Volta no que perdi, e que me aquecia em inteireza. Portanto, a morada no sonho de novo. Acreditar no girar de dentro. Como sou agradecida, pois vomitei um post recente devido ao que li hoje em teu cantinho, espaço que fala por demais ao meu íntimo.
Abraços bem apertadinho vaso.
Priscila Cáliga