terça-feira, 1 de abril de 2008

Discursos Ímpios

Nada me diverte como a prova de excesso de fanatismo e imbecilidade a que os homens puderam chegar no que diz respeito a esse ponto; (religião), são essas espécies de desvios tão protigiosos que o quadro, na minha opinião, ainda que horrível, é sempre interessante.
Responde com franqueza, e principalmente, bane o egoísmo.
Se eu estivesse bastante fraco para deixar-me surpreender por teus ridículos sistemas sobre a existência fabulosa do ser que torna a religião necessária, sob que forma me aconselharias a oferecer-lhe um culto? Desejarias que eu adotasse os desvaneios de Confúcio em vez dos absurdos de Brahma; adoraria eu a grande serpente dos negros, o astro dos peruanos ou o deus dos exércitos de Moíses, a qual das seitas de Maomé desejarias que eu me rendesse, ou qual heresia de cristãos, seria, na tua opinião, preferível? Toma cuidado com tua resposta.


SADE, Marquês. Diálogo entre um padre e um morimbudo, em Discursos ímpios , Ed. hedra. 2007.

2 comentários:

  1. olha lá no Mariah um texto sobre "instiuições"...
    mariah

    ResponderExcluir
  2. esse texto me lembrou de um discurso...

    lá no filme Insanidade, do surrealista Jan Svankmajer.

    ResponderExcluir

- Chegue diante do quadro sem intenção preconcebida de sarcasmo.

- Olhe para a pintura do mesmo modo como olharia para uma pedra talhada. Aprecie as facetas, a originalidade da formam, a luta com a luz, a disposição da linha e das cores [...]

- Escolher um detalhe que seja a chave do conjunto, fixá-lo por um bom tempo, e o modelo surgirá.

- Nessa última comparação, deixar-se levar até as regiões da mais requintada Alusão.

Max Jacob


Que os vasos se comuniquem!

Related Posts with Thumbnails