“O novo artista protesta”, escreveu Tzara em 1919. “Ele não pinta mais: ele cria diretamente”.
É aquele que através de sua produção cultural, resiste e luta da mesma forma que o outro que esta no piquete, pois dentro da perspectiva dos MTD´S, (Movimento dos trabalhadores desempregados da periferia da Argentina), e a partir de novas formas de relações sociais que há entre os moradores, não há uma ruptura entre a política e a arte; ambas fazem parte de uma mesma construção de realidade, que foge dos padrões preestabelecidos pela grande mídia e seus algozes.
O novo artista esta em todos os lugares, e procura por brechas para mostrar que sua forma de luta também é válida.
Este novo artista é reflexo da realidade no qual ele esta inserido, ele é o espelho da luta e da resistência destas organizações populares, é através das diversas formas de representatividade destes artistas (música, teatro, literatura), que é possível há construção de uma cultura dentro das relações sociais que os moradores dos bairros da periferia de Buenos Aires, constroem diariamente.
Assim como a ação direta dos piqueteiros, a resistência cultural destes movimentos é um tapa na cara, das grandes corporações, pois é através da cultura popular e da luta diária destes moradores que ressurge a auto-estima e a imaginação de um povo que caminha com suas próprias pernas.
O novo artista, é fruto do cotidiano, é reflexo da luta dos trabalhadores e de suas diversas formas de resistência, é aquele que tem vontade de destruir, e ao mesmo tempo criadora, pois é em cima dos destroços de um sistema que ele não mais aceita que ele cria novas formas de relações sociais, e alternativas que não dependem do aparato governamental.
O novo artista não é representado pela arte aceita, pois está tem que ser destruída, se foi aceita é porque é inofensiva, o novo artista não é inofensivo, ele ofende a moral pré-estabelecida que só pune e castiga os inocentes, ele agride quem diz que o povo tem que ser submetido a partidos e a planos metafísicos representados por um paraíso distante, o novo artista esta dentro de todos os moradores dos bairros da periferia não só de Buenos Aires, mas de todos os outros, que vem na organização popular e autônoma, novas formas de resistência.
A arte e a revolta se morreram com o último homem
Albert Camus.
Juan Moravagine
Também vejo isso no povo brasileiro. No seu artesanato feito com fibras de coco...ou "fuxico" que leva a arte da favela para as passarelas de "Fashions Weeks" por aí. No grafite que estampa os muros da Avenida Paulista. Do Rap da Periferia. De Cartolas e Piazzolas que ainda nascem todos os dias. O dom não tem classe social. A criatividade independe de condição econômica...Graças a Deus, né?
ResponderExcluirMariah