"...Naquele tempo em que estávamos todos escrevendo sobre erotismo a um dólar a página, dei-me conta de que por séculos tínhamos tido um único modelo para esse gênero literário, ou seja: trabalhos escritos por homens. Eu já era então consciente da diferença entre o tratamento masculino e o feminino para com a experiência sexual. Sabia que havia grande disparidade entre a clareza de ... e as minhas ambigüidades; entre sua visão do sexo, rabelaisiana e bem-humorada, e as minhas descrições poéticas de relações sexuais como apareciam nas partes não publicadas do diário.
Conforme escrevi no volume três do Diário, eu tinha a impressão de que a caixa de Pandora continha os mistérios da sensualidade feminina, tão diferente da do homem e para a qual a linguagem masculina era inadequada.
As mulheres, pensava eu, eram mais aptas a fundir sexo com emoção ou amor, assim como a se dedicar a um único homem em vez de se tornarem promíscuas. Isso se tornou evidente para mim à época em que eu escrevia os romances e o Diário, e ficou ainda mais claro quando comecei a lecionar. Embora a atitude das mulheres para com o sexo fosse bem diferente da dos homens, não tínhamos ainda aprendido a escrever sobre isso.
Nestas histórias eróticas eu escrevia para distrair o leitor, sob a pressão de um cliente que queria que eu "cortasse a poesia”. Achei que meu estilo se derivava da leitura de trabalhos escritos por homens, e por esse motivo sempre julguei que houvesse comprometido meu eu feminino. Pus o erotismo de lado. Relendo as histórias muitos anos depois, vi que minha própria voz não tinha sido silenciada de todo. Em numerosas passagens eu usara intuitivamente uma linguagem de mulher, vendo a experiência sexual de um ponto de vista feminino. E, finalmente, decidi liberar os textos para publicação porque eles mostram os primeiros esforços de uma mulher em um mundo que sempre fora dominado pelos homens.
Se o Diário algum dia vier a ser publicado sem cortes, o ponto de vista feminino será estabelecido com mais clareza, demonstrando que as mulheres (e eu, no Diário) nunca separaram o sexo do sentimento, ou do amor do homem integral..." (ANAÏS NIN).
Conforme escrevi no volume três do Diário, eu tinha a impressão de que a caixa de Pandora continha os mistérios da sensualidade feminina, tão diferente da do homem e para a qual a linguagem masculina era inadequada.
As mulheres, pensava eu, eram mais aptas a fundir sexo com emoção ou amor, assim como a se dedicar a um único homem em vez de se tornarem promíscuas. Isso se tornou evidente para mim à época em que eu escrevia os romances e o Diário, e ficou ainda mais claro quando comecei a lecionar. Embora a atitude das mulheres para com o sexo fosse bem diferente da dos homens, não tínhamos ainda aprendido a escrever sobre isso.
Nestas histórias eróticas eu escrevia para distrair o leitor, sob a pressão de um cliente que queria que eu "cortasse a poesia”. Achei que meu estilo se derivava da leitura de trabalhos escritos por homens, e por esse motivo sempre julguei que houvesse comprometido meu eu feminino. Pus o erotismo de lado. Relendo as histórias muitos anos depois, vi que minha própria voz não tinha sido silenciada de todo. Em numerosas passagens eu usara intuitivamente uma linguagem de mulher, vendo a experiência sexual de um ponto de vista feminino. E, finalmente, decidi liberar os textos para publicação porque eles mostram os primeiros esforços de uma mulher em um mundo que sempre fora dominado pelos homens.
Se o Diário algum dia vier a ser publicado sem cortes, o ponto de vista feminino será estabelecido com mais clareza, demonstrando que as mulheres (e eu, no Diário) nunca separaram o sexo do sentimento, ou do amor do homem integral..." (ANAÏS NIN).
OBS: Infelizmente mesmo em datas comemorativas mulheres como Anaïs Nin são deixadas de lado. Talvez por ela ser uma das precursoras da chamada emancipação sexual da mulher na primeira metade do século XX. E como sabemos ainda vivemos em uma realidade que tais objetivos são vistos e analisados do ponto de vista mchista, logo, a emancipação da mulher não só do ponto de vista profissional mas também sexual adentra em questões que necessitam maior esclarecimentos e debates. Como também o advento da chamada "masculinidade" que se faz de vital importância em uma construção de um novo posicionamento em relação ao "Gênero" como pesquisa e posicionamento.
Juan Moravagine Carneiro
Juan,
ResponderExcluirna frase lá nos meus comentários sua alma jorrou o nu. Não atrevi um comentário lá como não farei aqui, pois o que li, diz-me que devo silenciar. Apenas, partilho, a letra de uma música, um presente ao teu solo.
"Eu sempre sonhei que você estava vindo e eu te imaginei, assim como te vi exatamente igual. Você apareceu e sei que está a um passo de meu amor, prestes a cair. Em meu coração você esta a ponto de chegar. Não posso evitar, a um passo de meu amor. A ponto de vencer. Todo esse medo que nunca enfrentei, creio que me apaixonei. Só você me dá o que não esperei. O amor sem medo que me faz voar de felicidade. Você está um passo mais perto. Sinto que está aqui. Sei que a seu lado posso viver, eu sou para você".
Abraços querido!
Priscila Cáliga
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluiro problema maior é ainda precisarmos de homens para falar por nós...isso me deixa muito irritada.
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