quinta-feira, 29 de abril de 2010

Ai se sesse!

Se um dia nós se gosta-se
Se um dia nós se quere-se
Se nós dois se emparea-se
Se jutim nós dois vive-se
Se jutim nós dois mora-se
Se jutim nós dois drumi-se
Se jutim nós dois morre-se...
Se pro céu nós assubi-se
Mas porém se acontece-se de São Pedro não abri-se
A porta do céu e fosse te dizer qualquer tolice
E se eu me arrimina-se
E tu com eu insinti-se
Prá que eu me arresouve-se
E a minha faca puxa-se
E o bucho do céu fura-se
Távez que nós dois fica-se
Távez que nós dois cai-se
E o céu furado arria-se
E as virgem todas fugir-se

Poema (Ai Se Sesse) do poeta Zé da luz, o grupo Cordel do fogo encantando musicou o mesmo.

11 comentários:

  1. Ver Cordel recitando esses versos já me fez muito feliz.
    Pena terem "terminado".

    Beijo.

    ResponderExcluir
  2. O Cordel é algo encantador. Valeu, Zé da Luz.

    ResponderExcluir
  3. Encantado fogo do cordel do poeta Zé da Luz.

    Abraço
    ns

    ResponderExcluir
  4. lembro da voz do cara só de ler.

    ResponderExcluir
  5. Rsrsrsrsr... engraçadinho. =))))))) Não conhecia, achei bem regionalista, imagino toda a aparência do cabra! =P Na verdade é um poema de amor, não é?! Sobre ficar junto pra sempre e lutar diariamente pra ficar ao lado daquele alguém que a gente sabe que ama. Ou talvez seja só eu carente demais e vendo estória em tudo. =/

    O ministério da saúde adverte: Solidão causa delírios românticos altamente contagiosos. Mantenha distância!

    Beijo sempre grande, Rafa. =*

    ResponderExcluir
  6. Ora aí está um belo texto para explicar aos alunos a diferença entre as formas verbais do conjuntivo e as pronominais, hehehe!
    Um abraço, Juan!

    ResponderExcluir
  7. Cordel recitando é a coisa mais linda!

    lembro-me quando ouvi pela primeira vez, fiquei toda arrepiada.

    chovia tanto... aquele vento frio e as palavras do Lira solta pelo ar :)


    ahhh, outra poeta?

    quantas já tem? já somou?

    abração Juan,
    uma boa noite!

    ResponderExcluir
  8. Ah, que bacana! Adorei esse poema!
    Obrigada pela indicação do livro, vou procurar saber dele!

    ResponderExcluir
  9. Esse poema é de um poeta paraibano. Severino de Andrade Silva é o Zé da Luz, nascido no início do século XIX.

    Gostei do blog e da postagem,

    saudaçoes,

    Maria Maria

    ResponderExcluir

- Chegue diante do quadro sem intenção preconcebida de sarcasmo.

- Olhe para a pintura do mesmo modo como olharia para uma pedra talhada. Aprecie as facetas, a originalidade da formam, a luta com a luz, a disposição da linha e das cores [...]

- Escolher um detalhe que seja a chave do conjunto, fixá-lo por um bom tempo, e o modelo surgirá.

- Nessa última comparação, deixar-se levar até as regiões da mais requintada Alusão.

Max Jacob


Que os vasos se comuniquem!

Related Posts with Thumbnails