banhada à bebida e cigarros baratos
Sinto minha lingua deslizar pelos seus dentes podres
Seu corpo não depilado combina com sua maquiagem de dias
Dama da noite...
Seu par de sapatos vermelhos
Encontrados em uma alguma lixeira
de algum edifício no centro da cidade
Mantém você em pé e sua cabeça erguida
Dama da noite
Você não frequenta casas "undergraunds" e não bebe coquetéis da moda
Você frequenta becos e ruas escuras
bares sujos
E bebe aguardente com groselha
Dama da noite
como lhe respeito
Se você soubesse que encostada neste balcão contando suas moedas
e notas amassadas
enfrentando certos olhares...
És ainda bela
E carrega em seu olhar um brilho que nenhuma Chanel pode comprar
Dama da noite
que sozinha caminha com seu cigarro na boca em busca de seu destino!
Texto: Poema de Juan Moravagine Carneiro
Imagem: Trabalho de Lucien Freud
Forte texto, Juan, um poema e tanto!
ResponderExcluirBeijos.
A realidade triste, a decadência do ser humano que, mesmo em seu pior momento, mesmo perdido nas sombras da vida, ainda é um ser humano e como tal, deve ser respeitado.
ResponderExcluirO dia em que percebermos que o desespero de um é o desespero de todos e que o inverso disso deveria ser o real objetivo de todos nós, nunca mais ouviríamos: antes ele do que eu!
Beijos.
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ResponderExcluirSenti a crueza dos versos,
ResponderExcluire aí reside uma beleza rústica e sofrida,
pouco badalada,
uma beleza não comercial,
não desfilada,
o poeta vê aquilo que os outros não vêem,
o absurdo torna-se belo,
Abraço,
senti t.s.elliot e os seus "crabs" a rondarem o porto esquálido, onde a carne apodrece no corpo...
ResponderExcluirum abraço, juan!
Mais uma viagem que fiz, fui aos becos e vi as notas amassadas...maravilhoso texto.
ResponderExcluirMinha admiração!
Bjs Juan
Mila Lopes
PS: Sim, tenho dois Blogs.
É triste e real.
ResponderExcluirMuito bom.
bjs
Rossana
Caro Juan, resta às Damas da Noite uma cadela fiel e sarnenta por companhia.
ResponderExcluirTexto em estado bruto, mas nem por isso menos importante.
Parabéns, poeta!
Abração.
Mais do que destino, um sina. Escolhida? A sina ou a dama? Não sabemos em qual esquina os sonhos se perderam. Ou fugiram? Tinham medo? Foi frio? Não importa. Com seu salto torto, meias gastas, ali se equilibra a dama da noite...
ResponderExcluirVocê, hein? O que dizer? AMO SUAS PALAVRAS! Sabe o que estou descobrindo? Que a sorte tem estado ao meu lado - pessoas tão talentosas que, na rua jamais chamariam minha atenção (e nem eu a delas), mas que aqui, mostrando-nos o seu melhor, meus olhos arrebatam! E você, Rafa querido, é um deles (Ao lado da Ester, lá mais em cima nos comentários!). Big beijo! Deia.
...olhares das mulheres, todos e todas, têm seu brilho,
ResponderExcluirabração
ns
Excelente, Juan. A beleza é da alma, ainda que vestida em trapos.
ResponderExcluirUm beijo pra você
Que imagem Juan, me causou espanto,
ResponderExcluirme causou tantas coisa
gosto do poema assim, louco, desvairado
que vai e nos cospe a cara coisas sejas e belas.
i-n-t-e-n-s-o.
ResponderExcluirseus poemas me causou tantas sensações. a começar pela imagem.
bj seu moço
Que poema lindo e lindo também porque insere uma realidade: você observa a vida.
ResponderExcluirEm conteúdos.
Impactante!
ResponderExcluirApreciei tua verve...
Uma personagem em versos.Bastante interessante, Juan.
ResponderExcluirEnquanto estava te lendo, chegou teu
ResponderExcluircomentário sobre o "Fio de vida"... E imaginei tua dama da noite dizendo "Até onde meu fio de vida me levará?"
Abraço!
Quando leio o que você escreve, sempre me vêm imagens à cabeça, que pra mim, são o "íntimo" do ser humano. O cru, que é bonito por sua essência! Parabéns.
ResponderExcluirVim agradecer a tua visita e veja o que eu encontro: algo novo, intenso, fora dos padrões. Adorei.
ResponderExcluirBeijo.
Forte,cru mas bonito.
ResponderExcluira beleza é sua essência, por isso merece respeito...
ResponderExcluirTexto lindíssimo! De uma lindeza que dói... Lindamente triste.
ResponderExcluirGrande abraço
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirRafael, há uma força em seus últimos textos, absorvo muitas pedras preciosas, dizeres elevadíssimos, e palavras variadas [vertentes] rondam minha mente, e ao mesmo tempo não me sinto apta no expor, pois lá no fundo me é solicitado uma releitura que captura o entrelinhado do entrelinhado, com isso retiro-me em luxo por enamoramento do que se pede em garimpação.
ResponderExcluirVoltarei e vomitarei as partes já elaboradas em texto.
Abraços ave rara!
Priscila Cáliga
acho o beco underground, dama da noite me lembra o texto do caio.bjs.
ResponderExcluirDevia causar repulsa, mas teve efeito contrário.
ResponderExcluirLembra alguém que conheço...
Quem beija a boca da dama da noite?
ResponderExcluirO poeta?
Rendes uma homenagem ou tenta capturar parte da vida que pulsa ou repulsa?
Rafael
ResponderExcluirNem toda a escuridão da noite consegue ofuscar o brilho de uma Dama!
Palavras fortes de uma realidade não menos dura!
Bjs, meu querido!
Forte, cru e belo, sempre,heim?
ResponderExcluirabraços,
Tânia
é V_ acho que vou ter que ler Caio...pois nunca li...o pouco que conheço foi através da Vanessa...
ResponderExcluirbeijos
Os becos da vida ...
ResponderExcluirAssim os são!
Perfeito Juan!
Aquele abraço de sempre!
Que lindo poema... uma pincelada meio triste, mas uma verdadeira obra de arte, me lembrou a rua Augusta: de dia boca do luxo, à noite boca do lixo.
ResponderExcluirBeijooO*
aí...
ResponderExcluirgostei desse poema
esse mundinho de "miséria" e "baixezas" muito me interessa.
legal legal.