O corpo ausente tenta se aquecer
em uma noite fria e chuvosa
A manta fina e molhada é abraçada com força...
Os lábios roxos e rachados há muito tempo
não desejados
tentam se esconder
Enquanto os dentes gastos pelo tempo
raspam o concreto gelado
fincando suas raízes esquecidas
A lingua mutilada se retorce
em busca de uma saída
de uma porta
Diante de uma poça d`água banhada pelo
descaso...
Cheia de vômitos quentes de senhores infâmes
que sujam de molho suas camisas de seda
E carregam consigo a gargalhada de um chachorro morto
Ah! os filhos bastardos de Leto
que não nasceram em Delos
vagam esquecidos na "Ágora" paulistana!
Texto: Poema de Juan Moravagine Carneiro
Imagem: Trabalho de Lucien Freud
Fico sempre aguardando seus textos... Abraço!
ResponderExcluirEu adoro quando você se escreve. Seus textos são sempre a melhor parte do blog pra mim. Beijo sempre grande pra vc Rafa. =*
ResponderExcluiré um texto ardente, nesse fri aqui do sul...gostei muito.
ResponderExcluirForte e vibrante.
ResponderExcluirBom tê-lo de volta, nesta briga intensa e dormente!
ResponderExcluirUm bom abraço.
Concordo com Kenia, adoro quando coloca seus textos, são intensos e maravilhosos.
ResponderExcluirBjs
Mila Lopes
Se a poesia não causa, como ela acontece?
ResponderExcluirVc aqui faz jus!
Beijo.
gosto demais dessa imagens que você utiliza.
ResponderExcluirse encaixa muito bem com a profundidade de suas palavras.
andas sumido do reino meu caro. deu até saudades de tu ;)
um abraço e bom fim de semana!
Juan, a palavra que me vem à mente é certeiro. é isso, tu é certeiro quando escreve. Já de cara a gente sente o ar faltar, um aperto...e quando o texto termina ainda fica o eco das palavras.
ResponderExcluirmuito bom mesmo
um abraço,
e obrigada por teu olhar sobre minhas palavras
SER MENDIGO É DOLOROSO...E NINGUÉM GOSTA DE O SER...MUITO SOFRIDO...E OS MAIS POBRES SÃO ESTIGMATIZADOS POR SEREM ISSO MESMO;POBRES.
ResponderExcluirABRAÇO
Uma poça d'água banhada pelo descaso...Sei como é isso, Juan...Muito bom o poema.
ResponderExcluirAbraços,
Tânia
O "àgora" paulistana que não nos esquece
ResponderExcluirEscreves de uma coisa do real de forma incrível!
ResponderExcluirRafael
ResponderExcluirAs noite nunca são claras...
Tua escrita é sempre marcante!
Bjão
decadência, ausência, é tudo covardia em excesso.
ResponderExcluirOlá poeta,
ResponderExcluirSua escrita, em geral aponta para questões existenciais que conduzem á reflexão como como nesse poema... Bonitas metáforas... Um abraço,
Úrsula
Quando li seu perfil vi que se tratava de um "ser nada" muito especial. E o poema apenas confirmou minha certeza. Parábens pelo texto intenso e reflexivo!
ResponderExcluirAbraço!
Ei, cara, gostei do seu poema, muito bem escrito mesmo. Esse cara na pintura parece o Stallone, haha.
ResponderExcluirAbraço
juan, já to disse uma vez e repito, porque o sinto: a tua poesia recorda-me a do gigante t.s. elliot; vai buscar o que de mais sórdido e sujo (física, mas com projecções morais e sociais) o ser humano pode carregar e atira-os contra o leitor, na expectativa de que, quase que de modo pedagógico, o incite a reagir e a abandonar a letargia.
ResponderExcluirum abraço!
Toda vez que te leio tem uma melodia na minha cabeça. Não sei porque razão, estava tocando "Deus lhe pague" do Chico...
ResponderExcluirSua voz é marcante...
ResponderExcluirAltamente expressiva !
OI,
ResponderExcluirEu agora estou em novo endereço. te espero lá ta?
Beejo e como é booom ler-te!
Murro bem dado. Na boca do estômago.
ResponderExcluirBeijo, rapaz