sábado, 30 de outubro de 2010

Andaluzia sentada em meio ao novo que se aproxima


Sorte daquele que lhe encanta
Daquele que pode olhar em seus olhos e dizer...
Que pode sentir seu cheiro, sua pele, sua respiração.
Que compartilha seus sonhos, que planeja o futuro com você...
O tempo nos abraça nos aconchega... Mas também nos sufoca

Eu hoje não sou o mesmo de ontem e nem vou ser o mesmo de amanha já dizia um teórico
Hoje, você mulher feita, ainda mais linda com certeza, mais encantadora... Deve carregar em si outro ombro para se apoiar...
Tenho que respeitar isso
Todavia devo confessar que meu coração gigante ainda é seu... Mesmo furada minha bolsa se renova dia após dia... Alimentando meu mosaico espanhol através de minha poesia...
Arder na água, afogar-se no fogo é um verso belo e intenso de Bukowski no qual pregado em minha pele me faz lembrar todos os dias o quanto faz falta seu olhar e a maneira como ele fazia meu sangue borbulhar e meu corpo uma estátua virar...
Estátua esta que ainda não voltou a ser gente, aos poucos o sopro do tempo faz seu trabalho... Enquanto isso caminha... Sigo em frente... Mesmo ainda alimentando a ilusão de que a vida pode ser tornar algo mais "real"... Pelo menos através da poesia eu sinto o calor abafado em becos escuros.
O sorriso da criança em uma tarde quente me faz castrar meus sentimentos mesquinhos e ter a certeza que tenho muito por fazer ainda...

Texto: Poema de Juan Moravagine Carneiro
Imagem: Suehiro Maruo

29 comentários:

  1. Falas de um amor imenso mais com sanidade, com beleza de quem sabe usar a grafia a seu favor...
    Estou de volta!
    Bjs
    Mila

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  2. Ah, suavemente tocante. Bonito isso, moço!

    Beijo.

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  3. e pq o ombro não é mais o seu, já q o coração é?
    bjs

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  4. olá
    adorei teu blog, sou novata no mundo dos blogs.
    virei seguidora
    está convidado a visitar meu blog

    :*

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  5. Adorei meu caro, posso adotar a sua imagem para a minha poesia "sujeitos"? :) beijo!

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  6. dá pra perceber isso pelas palavras?
    :O

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  7. Antes de abrir o texto, pensei que fosse poesia e é apesar da prosa. Um rico texto que pode ser virado do avesso e emprestado para mim, que uso saias, e também uso lamentos.
    bjs.

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  8. caro juan,
    acabo de receber a tua presença sempre tão aguardada lá no viagens de luz e sombra. regresso saudado e logo com um texto sobre a metamorfose individual, que a nenhum deixa incólume.
    aplaudo, desde aqui.
    um abraço!

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  9. Estátua que nunca vira gente. Platonicismos que nunca viram concretude.

    Beijinho, Rafa.

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  10. Juan
    Nenhuma saudade, pode ser taxada de "sentimento mesquinho".
    Mas é certo que a vida continua.

    Estava com saudade.

    bj
    Rossana

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  11. Rafael, faz tempo que não pouso as asas no Rembrandt, a loucura dos dias andam me atropelando e saqueado a visita, absorção do retrato tão vivo em intimidade que há em seus dedos. A sua voz contempla por respirar o ar do grande, tornando-te um ser terno e desejoso pelo ideal: de encaixe.

    [...]

    Abraços

    Priscila Cáliga

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  12. O novo também de mim se aproxima.

    *me faz pensar... este seu texto!

    beejo meu, pra vc!

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  13. Muito bom viajar contigo!
    Viúvos são os que morreram e também a estátua!
    Um bom abraço.

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  14. "O tempo nos abraça nos aconchega... Mas também nos sufoca"

    Encantou-me o modo suave e ao mesmo tempo intenso e singular no qual essa prosa poética relata sentimentos e olhares cotidianos.

    Um beijo!

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  15. Sua prosa poética continua me encantando!

    Bjs
    MariaIvone

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  16. Juan, voltaste com força total.
    Ótimo texto híbrido de poesia e prosa.
    O amor sempre na ponta da agulha prestes a atingir alguém, no bom sentido.
    A gravura de Suehiro Maruo também é duca.
    Abraço grande.

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  17. Essa poesia em prosa é maravilhosa - quando amamos algo e não podemos ou queremos distância mas ainda com algum amor que se fica e se queria esquecer - sentimento complicado - não menos belo.

    beijo

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  18. Olá meu caro poeta,

    seus escritos não raramente me fazem refletir e trazem beleza lírica nos versos bem ornamentados. Grata pelo carinho de sempre. Grande abraço.

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  19. um dos seus mais belos textos. tão humano. tão florido e salpicado de paixão.
    bom saber que suas tardes andam ensolaradas...querido.

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  20. Juan,

    está de mal, é? rs...

    pedi que mandasse um e-mail com a confirmação do seu endereço (você me passou ele incompleto).

    até hoje espero...


    tudo bem contigo?
    abraços!

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  21. sigo seguindo-te!

    Adorei aqui!
    Tudo...
    E também adoraria ver tua honrada visita pelas minhas chafurdadas coisas;
    carladiacov.blogspot.com
    larcavodica.blogspot.com
    odesimundasdoneochiqueiro.blogspot.com
    carlacarlacarlac.multiply.com

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  22. Queria ser diferente do que sou, para sofre menos, mais não quero ser igual aos que me fazem sofre.. quero quer aonda melhor.

    bjs
    Insana

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  23. Me desculpa felidade Clandestina, mas tive muitos problemas nos últimos tempos...

    me mande um e-mail me dizendo qual parte do endereço está faltando... bj...

    obrancoderembrandt@hotmail.com

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  24. Juan, prezado!
    Estou no aguardo de tua volta, ansioso.
    \Espero que teus problemas sejam pequenos para uma breve volta!
    Abração.

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  25. eu também tenho a certeza que tenho muito por fazer...

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  26. essa brisa é tocante junto à pureza do gesto.

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- Chegue diante do quadro sem intenção preconcebida de sarcasmo.

- Olhe para a pintura do mesmo modo como olharia para uma pedra talhada. Aprecie as facetas, a originalidade da formam, a luta com a luz, a disposição da linha e das cores [...]

- Escolher um detalhe que seja a chave do conjunto, fixá-lo por um bom tempo, e o modelo surgirá.

- Nessa última comparação, deixar-se levar até as regiões da mais requintada Alusão.

Max Jacob


Que os vasos se comuniquem!

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