domingo, 17 de outubro de 2010

É suave o desejo


Escalo seu corpo suado
Subindo minha boca silenciosa
Pelas suas coxas tristes...

Raspo meus dentes em sua virilha tímida
Sinto o gosto ébrio no desabrochar
De sua vulva...

Os ponteiros do relógio param
Seus dedos dançam entre meus cabelos
Mesmo sem nunca ter tocado você é seu gosto que eu sinto
Mesmo ausente é seu gosto em minha boca que sinto ao amar outra mulher
É seu cheiro que me envolve
É seu olhar que me consome
Sua voz quase apagada pelo tempo ainda embala meu sono
Seu sorriso é que alimenta meus sonhos

Sua ausência me acompanha
Sua "presença" me inspira

Musa de Dante que com suas mãos tece minhas lembranças
e seus mosaicos...
Musa que é "aquela que torna feliz"...

Texto: Poema de Juan Moravagine Carneiro
Imagem: Cena do filme O Libertino

25 comentários:

  1. Desejo suave? Desejo avassalador, eu diria. Grande paixão!

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  2. Como assim "desejo suave"? Uma paixão que não se deixa vencer pela distância, um desejo que ultrapassa sensações... uma tatuagem na alma...
    Beijokas, moço, saudades de vc.

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  3. Há por aí uma parafrase em prosa...

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  4. a tua presença é a minha; a tua ausência é... toda a gente...
    um abraço e sê bem regressado, juan!

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  5. É triste o desejo. É triste o amor. É triste o homem. E é assim a vida, pincelada de raros instantes de verdadeira alegria.
    bj

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  6. Belo regresso, companheiro "verceiro".
    Jorge Manuel Brasil Mesquita
    Lisboa, 18/10/2010

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  7. Volta voluptuosa a sua... E vc está voltando aos poucos, hein?
    Imagina se viesse com tudo!

    Sua ausência é sentida
    Sua volta sempre esperada...

    Beijo carinhoso!

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  8. Parabéns pelo Blog !

    É lindo em todos os sentidos...



    Bjo.

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  9. Que bom tê-lo de volta, Juan! No seu estilo inconfundível de poetar,

    profunda inspiração!

    Bjs,

    Ξ ѕ t є я

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  10. Saudades de te ler, moço. E que desejo ardente este, hein? Lindo!

    Que bom te saber de volta. Também estou, embora aos poucos.

    abraço grande pra ti!

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  11. Senti tua falta sabia, embora quase nunca comente, sempre leio teus posts. (:

    Esse está realmente maravilhoso .-.
    Amo o jeito que você escreve.

    Beijos, Mônica!

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  12. Que as musas sejam concretas - também.

    Beijos no sumido ;)

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  13. uau!
    voltou inspirado.
    sabe, fechando os olhos eu vivi a cena, em todos os detalhes.
    beijos

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  14. Eu quero ser exorcisado
    Pela água benta desse olhar infindo
    Que bom é ser fotografado
    Mas pelas retinas desses olhos lindos
    Me deixe hipnotizado
    Prá acabar de vez com essa disritmia...

    Calhou de passar aqui e estar ouvindo essa música e acho que casa bem o poema.Pra variar estava iluminado quando o escreveu.

    beijos*

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  15. Quente e inspirador! =)

    Voltei no www.evelinealvarez.com

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  16. "mesmo sem nunca ter tocado"
    Amores platônicos , os únicos capazes de construírem a felicidade das musas.
    E dos musos também.

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  17. ...e o desejo proibido me invade (corpo e alma), desejo sem sentido, pois essa paixão eu teria vivido se naquele instante tivesse me permitido, sem razão para se esconder, o não põe um fim no que não teve começo.

    **P**

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  18. Sabes que gosto muito do teu blog, né?
    Não sei nada sobre você, mas sei que toda vez que venho aqui encontro algo de conteúdo.
    Gostei do texto, parece uma poesia erótica sutil. Adoro erotismo sutil, muitas vezes estão relacionados a sofrimentos e etc.
    Aliás, todos os textos daqui são intensos. É difícil encontrar isso em blogs, é como se fosse uma nata do blogspot.
    Se souber mais blogs de conteúdo, me indique por favor!
    Um beijo!

    http://lanternadealhures.blogspot.com

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  19. Concordo com seu comentário (anônimo), todavia as particularidades que fazem parte de certos acontencimentos ou não acontencimentos acabam por deixar marcas...!

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  20. Por onde vc anda, heim, moço?
    Saudades.
    Beijokas.

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  21. Andei por aqui a cuscar. tanto que ler. Por hora vou pensar no que li.

    depois volto.

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- Chegue diante do quadro sem intenção preconcebida de sarcasmo.

- Olhe para a pintura do mesmo modo como olharia para uma pedra talhada. Aprecie as facetas, a originalidade da formam, a luta com a luz, a disposição da linha e das cores [...]

- Escolher um detalhe que seja a chave do conjunto, fixá-lo por um bom tempo, e o modelo surgirá.

- Nessa última comparação, deixar-se levar até as regiões da mais requintada Alusão.

Max Jacob


Que os vasos se comuniquem!

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