segunda-feira, 19 de abril de 2010

Mar da Fertilidade


"(...O quanto o ato de escrever e a lavoura se assemelham. A tempestade e a geada não perdoam um segundo sequer de negligência do espírito, que vigia o campo sem cessar e, ao cabo do cultivo ilimitado de poesia e sonho, não dá para ele próprio prever o quão fértil será a colheita...)"...


"(...O drama magnífico onde escorre sangue falso talvez seja uma experiência mais forte e profunda do que as da vida e possivelmente comova e enriqueça as pessoas...)"

Fragmentos da tetralogia (Mar da Fertilidade), do genial Yukio Mishima
Imagem: Katsushika Hokusai

4 comentários:

  1. o "sangue falso" usualmente é o que escorre mais, protegido pela criação, pela articulação das palavras que se organizam o escritor vai nos contando no "mar da fertilidade" suas mentiras verdadeiras.

    abraço Don.

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  2. Ei Rafa! =)))))) Que coisa bonita hein?! Não dá mesmo pra garantir o sucesso da colheita, mas há que se prever que algo aja pra colher, se a gente ao menos cuida da terra.

    Obrigada pela doçura dos seus comentários lá no Poesia Torta, sempre.

    Beijo-te com carinho.

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  3. Meus versos lavro-os ao rubro
    nesta página de terra
    que abro em lábios. Descubro-
    -lhe a voz que no fundo encerra

    Os versos que faço sou-os
    A relha rasga-me a vida
    e amarra os sonhos de voos
    que eu tinha à terra ferida

    Poema que mais que escrevo
    devo-te em vida. No húmus
    a regos simples eu levo
    os meus desvairados rumos

    Mas mais que poema meu
    (que eu nunca soube palavra)
    isto que dispo sou eu
    Poeta não escrevas lavra
    Ruy Belo

    Um abraço, Juan!

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- Chegue diante do quadro sem intenção preconcebida de sarcasmo.

- Olhe para a pintura do mesmo modo como olharia para uma pedra talhada. Aprecie as facetas, a originalidade da formam, a luta com a luz, a disposição da linha e das cores [...]

- Escolher um detalhe que seja a chave do conjunto, fixá-lo por um bom tempo, e o modelo surgirá.

- Nessa última comparação, deixar-se levar até as regiões da mais requintada Alusão.

Max Jacob


Que os vasos se comuniquem!

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