Mesmo quando não é seu cheiro que estou sentido
É de seu olhar que me recordo
Mesmo quando não é seu corpo que estou escalando
É seu gosto que eu sinto
Mesmo quando não é sua boca que estou beijando
É ainda seu gosto que estou sentido
Mesmo sabendo que Pollock em suas mãos
Foi o mais próximo de você que cheguei
Mesmo sabendo que o tempo não perdoa
Continuo desperdiçando o meu...
Às vezes me escondendo em suas páginas
Mesmo sabendo que não é você que acorda do meu lado
É pensando em você que durmo todas as noites
Mesmo não sabendo se isso é normal ou não
É assim que meus dias se acumulam
Mesmo sabendo que sua janela se trancou
Mesmo sabendo que não é seu corpo colado ao meu que me aquece
É de seu suspiro que...
Mesmo sabendo que não é seus cabelos molhados que saem do banho
É de suas mãos colocando os seus atrás de sua orelha que me recordo
Mesmo sabendo que o que ficou é um mosaico de lembranças
Quebradas refletidas em um espelho trincando pelo tempo
Mesmo sabendo que o olhar de Beth Gibbons foi o que restou...
Aceito a realidade e me permito ir em busca do novo
Poema de Juan Moravagine Carneiro
Você cita algumas poucas coisas que me fazem acreditar que por poucos instantes pensa em mim. Sei que é pretensão e que estou enganada, mas gosto de pensar que tem uma pontinha de mim aí!
ResponderExcluirMesmo que as coisas tenham mudado, ainda me inspira.
Às vezes é vc quem eu sinto!
Os gestos de quem se preza mostram-se sempre na coisas mais delicadas que ficam nas lembranças de quando se perde. O dia a dia às vezes passa tão batido, e é tão recordado depois.
ResponderExcluirLindo texto.
Acho que hoje falamos do mesmo sentimento. Lindo poema. Vou me limitar a dizer pouco hoje mas o sentimento é solidário. =*
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirJuan, ser mestre é inspirar e expirar em dentro, e ser. O viver no trilho de quebrar grilhões, as travas na alma, proporcionando ao semelhante o cheiro: a ponte!
ResponderExcluirAgora vaso sobre seu poema, entro na caixa das fotos, precisamente, das falas que tanto me aqueceram, e que, vira e mexe sentam em minha mesa à convite de um belo jantar, do vinho que me descongelava. Mas, exprimido por ti, um aceitar tão duro ao meu íntimo: 'aceito a realidade e me permito ir em busca do novo'. Então, uma vivente divagando por olhos à procura do ser encontrada e vice-versa, o dois em um. Do dentro que fala e se escuta em toques onde arrebata e opera metarmofose. Um olhar por leitura do que está por trás. E mesmo nas ânsias negras do pensamento, clamar o pedido para romper o mar com a voz. Assim, vamos Juan, partir o ar com a dança, deixar-se tocar de dentro [novamente], onde não foi tocado e não tocado nada. REPAGINAR, RECAPITULAR! Pois, no [re] é consumado o encontro, precisamente... o amadurecimento e o melhor por vir!
Não tenho como perfil [faz um ano] mandar 'ósculos', mas me sinto impulsionada a lhe enviar, pois o poema oscula e lagrimeja brilhante, quebrando-me.
Ósculos vaso!
Priscila Cáliga
Juan
ResponderExcluirSe isto não é paixão, está bem próximo!!
Gostei
Bj
Gi
Obrigado por esse presente.
ResponderExcluirLindo.
Boa noite :)
Para isso: Noites do Norte - Caetano Veloso, CD 2.
ResponderExcluirFantasmas.
bjs
Mesmo sabendo... a gente persiste em sentir.
ResponderExcluirSaudações! Vim retribuir e agradecer sua visita em meu espaço frio, escuro e vazio...
ResponderExcluirAdorei o poema!
Beijos negros...
até fui pesquisar quem é Beth Gibbons e que mágica que tem neste tal olhar.
ResponderExcluirlindo escrito.
cheiro de amor no ar.
beijos
Ah! Repercute muito mais quando se mostra humano!
ResponderExcluirSimples e lindo. Triste também... Mas o final mostra uma pontinha de esperança. Ahhh, to muito boba por esses dias!
Consegui entender algo que escreveu sem precisar queimar muitos neurônios, finalmente. Tá, o Pollock e a Gibbons me deixaram meio perdida...
Bem, coragem para aceitar o novo. É difícil, mas garanto que pode ser esplêndido!
Boa sorte, amigo!
E cadê meu blog que não está mais ali do lado??? Não consegui ficar muito longe dele. Mas aviso que está muito, muito brega!
ResponderExcluirAh! O amor!
Destruidor dos blogs egocentricos!
A memória sempre insiste apesar de...
ResponderExcluirUm beijo
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ResponderExcluirObrigado pela visita.
ResponderExcluirBonito e sensivel texto.
^^