quarta-feira, 28 de abril de 2010

Vinho e sociedade

"...O vinho é único. Um museu vivo da civilização humana. Uísque pode ser muito bom, mas se resume à cultura escocesa e, mais importante, possui um repertório limitado. O vinho como um ser humano, não tem limites em suas expressões individuais, está em mutação ininterrupta e estabelece uma relação com o tempo, como o passado e o futuro. A noção de envelhecimento, por exemplo, é similar à de uma pessoa..."
"...Até há pouco tempo na história, o vinho se fazia presente em toda a sociedade, dos pobres à aristocracia. De uns 30 anos para cá, estabeleu-se no mundo uma máfia internacional que controla a linguagem do vinho, uma linguagem pretensiosa, insuportável, utilizada não para trazer mais pessoas para esse universo, mas para impedir e elitizar..."

"...O vinho brasileiro, algo bastante novo, tem diante de si um futuro maravilhoso. E as pessoas, para escolher, precisam saber o que está acontecendo aqui. Por exemplo, que a vinícula Miolo domina o mercado e há quase dois anos está sob consultoria de Michel Rolland. Não tem nada a ver tomar vinhos Bordeaux com pratos da cozinha brasileira. É ridículo. é necessário algo novo para se tomar com moqueca e feijoada. E que pode saber Rolland na gastronomia brasileira? Precisa-se de tempo entender um lugar, não é chegar aqui, ficar dois dias, dar uma opinião e ir embora..."

Fragementos  da entrevista de Jonathan Nosseiter para Fernando Oliva, em relação a produção de seu documentário Mondovino.

16 comentários:

  1. Interessante este texto, gostaria de provar um vinho que combinassem com nossa culinária brasileira, enquanto isso vou apreciando com moderação nossa cachacinha hehe.

    abraço
    ns

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  2. legal.

    nada a dizer - eu só bebo água sem gás, sabes...

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  3. Vi um documentário certa vez que buscava mostrar bons vinhos a bons preços e ensinar como encontrar o ideal. Claro que, no fim das contas, o ideal depende de cada pessoa, mas ficaram boas dicas.
    O único problema é que não lembro o nome do programa. A única coisa que ficou foi o nome de um cara que tem um canal no Youtube, Robert Parker, que tem uma dicas legais. Não lembro de nenhum brasileiro ter sido citado, mas ainda não vi tudo (é muita coisa e a tequila tem me tomado muito tempo...).

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  4. Concordo em gênero, número, sabor e grau ^^

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  5. Gostei da comparação.
    Um beijo.

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  6. Não gosto de Miolo, só se for miolo de gente. Quem souber de vinho bom e brasileiro, pode me escrever.
    Tenho namorado com os chilenos. Namoro barato, porém justo!

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  7. Meu velho!

    Fiquei feliz de ver a foto da Pagu aqui em baixo, e com os posts do seu blog em geral.

    Em verdade, teus comentários é que valhem a pena! Estou seco pra ler a arte inimiga do povo do Taylor, vou dar um corre em um sebo por esses dias...

    Grande abraço!
    FT

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  8. Juan,
    Obrigada pelas gentilezas...
    Gostaria de conversar mais com você...
    Mande contato..
    me add no msn: mell_renault@hotmail.com
    será um enorme prazer trocar experiências literárias!!


    '...queria ser pintada com vinho...e uma nudez a se perder de vista!!""
    Um beijo enorme!
    Mell

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  9. Muito obrigado pelo comentário.
    Escrever realmente é um delícia.

    espero que continue acompanhando

    grande abraço

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  10. Em qual revista há a entrevista com a Inês Pedrosa? Eu quero ler! :)

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  11. Vanessa e devo confessar que é em uma revista antiga minha...e eu não sabia que era tão linda!

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  12. Juan, lisonjeada! Como comenta o crítico Yan Michalski sobre Stoklos: "(...) por trás do resultado convincente está não só uma inteligência criativa, mas também uma técnica segura e variada. Gestos nítidos, precisos, desenhados com elegância; um domínio do corpo que permite extrair efeitos surpreendentes desse fundamento da gramática mímica que é a variação rítmica; um rosto expressivo, versátil, capaz de intensas mutações; e uma arguta escolha dos poucos objetos usados como apoios, quer se trate de máscaras ou de objetos de uso cotidiano transformados em símbolos".

    Abraços!

    Priscila Cáliga

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  13. Demoreeei, mas aqui estou!
    Adoro blogs com fortes teores artísticos, assim como o seu! Muito intenso e bem trabalhado, está de parabéns!
    {Post da Pagu foi um arraso!}
    Estou seguindo!
    Um beijo!
    http://lanternadealhures.blogspot.com

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  14. Juan, retornado...

    a palavra vinho lembra de muitas coisas, que não me atrevo contar, então, em segredo ficarão, mas a um trecho partilho: "[...] Desamparada, divertida, Dorothy deu o VINHO: astuciosamente apenas dois dedos no copo. Inexpressivos, preparados, todos esperaram pela tempestade. Mas não só a aniversariante não explodiu com a miséria de vinho que Dorothy lhe dera como não mexeu no copo. Seu olhar estava fixo, silencioso". Lispector

    Abraços.

    Priscila Cáliga

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  15. Rafa! =))))))

    Olha eu aqui pra tecer meu comentário sobre o seu tema do dia - não vai fazer grande diferença diante de tudo o que já foi dito. Eu geralmente não bebo. Cresci acostumada com refrigerante, doce como eu acho q a vida deveria ser pra sempre, e até hoje é o que eu bebo com mais frequência.

    Posso beber vinho em eventos sociais, prefiro os tintos, são mais doces do que os outros. =P Não entendo NADA de gostos e não conheço nenhuma marca. Não me daria muito bem com os vinhos refinados e caros simplesmente porque sou alguém sem o mínimo de sofisticação. Há que se reconhecer o mérito das vinícolas importantes na fabricação de uma bebida de padrão mais alto, mas eu certamente precisaria de anos de prática e mesmo assim provavelmente não compreendia.

    Há quem veja sensualidade em taças de vinho, eu vejo dor de cabeça. Sedução pra mim está longe demais de bebida. Já tive uns namorados 'bons de copo' e falo com algum conhecimento de causa! Rsrrsrss Definitivamente, é preciso haver mais do que vinho.

    Eu disse q não seria relevante. É só mais um ponto de vista, tão comum que pode se confundir com qualquer outro.

    Obrigada por vir me ver nos blogs, no e-mail vez em quando e pela gentileza de sempre nas suas palavras. Você é um fofo.

    Cuide-se sempre, não beba a ponto de perder suas faculdades mentais, embriaga-te de amor e de vida.

    Beijinho carinhoso.

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  16. Juan, ao ler este teu post lembrei-me de um filmaço que julgava já esquecido na memória: Sideways. Um deliciosa história, sobre relações, girando em torno de uma viagem com peripécias envolvendo o vinho.
    Fantástico.
    Post com aroma e sabor!
    Um abraço!

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- Chegue diante do quadro sem intenção preconcebida de sarcasmo.

- Olhe para a pintura do mesmo modo como olharia para uma pedra talhada. Aprecie as facetas, a originalidade da formam, a luta com a luz, a disposição da linha e das cores [...]

- Escolher um detalhe que seja a chave do conjunto, fixá-lo por um bom tempo, e o modelo surgirá.

- Nessa última comparação, deixar-se levar até as regiões da mais requintada Alusão.

Max Jacob


Que os vasos se comuniquem!

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