Alcoólatra, boêmio e jogador... Morre no carnaval fantasiado de baiana... Dona flor sentada na varanda de sua casa ainda chora sua morte... Daquele que a explorava, porém ela o amava!
Digamos que Jorge Amado não seja um escritor que eu goste, porém é inegável sua contribuição e admiração pela cultura árabe, mas isso é outra história, o fato aqui em questão é: Dona flor ou talvez não. O passado, o presente, a vida e a morte são questões complexas, na maioria das vezes nos perdemos, aliás, a cada dia que passa tenho mais convicção de que se faz necessário deixarmos de lado regras de espaço e de tempo, temos que ter em mente que não existe verdade absoluta e que a realidade é um meio e não um fim...
Quando olhamos para uma pessoa automaticamente uma parte de nosso cérebro é ativada, entretanto quando pensamos nessa mesma pessoa mesmo não há vendo, é a mesma parte do cérebro que é ativado, logo nos perguntamos: o que é realidade? O que pensamos ou que enxergamos? Talvez seja necessário deixarmos de lado essa respostas e nos perguntarmos quem realmente somos e o que realmente desejamos!
A vida é curta e na maioria das vezes deixamos o barco navegar sozinho... Me pego em um dialogo com algo que não sei se realmente é o que penso ser e mesmo se for não sei se sua "fonte" pode ser usada por mim, quase sempre caímos nessas armadilhas da vida para podermos continuar a sonhar, a buscar novas possibilidades, novas conquistas, mesmo que seja de algo que ficou para trás. Porém não podemos nos esquecer que o "inacabamento antropológico" é de vital importância para o desenvolvimento humano no sentido antropológico.
Querer reviver algo é construir o novo... Não pode ser vivido como luto... Como um cadáver adiado que procria como já nos dizia Fernando Pessoa.
É como diz a canção:
E se os pagantes exigirem bis
E se o arcanjo passar o chapéu
Ou como diz Henry Miller em relação à Anaïs Nin:
"Mesmo Distante você me faz extremamente feliz em manter-me como um todo - em deixar-me ser o artista, como foi, e, no entanto não me adiantar ao homem, ao amante ávido e insaciável. Nenhuma mulher jamais me concedeu todos os privilégios de que preciso - e você, ora você canta tão jovialmente, tão arrojadamente só com um riso, um olhar - sim, você me convida a ir em frente, a ser eu mesmo, a me aventurar a tudo. Eu a adoro por isso. É onde você é verdadeiramente real, uma extraordinária. Quem mulher você é! Rio de mim mesmo agora quando penso em você - Então lembro-me vividamente de seu vestido, da cor e da textura dele, a voluptuosidade, a leveza dele - precisamente o que eu lhe teria pedido para usar se tivesse podido antecipar o momento"
Mas... Diante de "dona flor”... Sei que os atores principais passam longe de Rembrandt... É como diz Borges em relação a Dante em a Divina Comédia “Beatriz existia infinitamente para Dante; Dante existia muito pouco, e talvez nem existisse para Beatriz"
Texto: Juan Moravagine Carneiro (Algumas alterações em relação ao original)
Imagem: Tela de Matisse
E minha parte favorita continua sendo a do Henry Miller para a Anais Nin. Apaixonante. Eu tenho um coração mto mole.
ResponderExcluirBjin Rafa. =*
“Beatriz existia infinitamente para Dante; Dante existia muito pouco, e talvez nem existisse para Beatriz"
ResponderExcluirQue miséria...
Tbém gosto muito da parte de Henry Miller para a Anais Nin.
ResponderExcluirNão ando muito bem.. principalmente em relação ao coração.. Saudade de falar com vc!
Beijo Mah
Bem, começo dizendo que também não sou exatamente fã de Jorge Amado (na Bahia, então, isso chega a ser uma heresia...)Penso que ele era mesmo o que dizia, com uma modétia que não sei se real, "um bom contador de histórias".
ResponderExcluirNo mais, sim, concordo, nada mais há de absoluto nos tempos de hoje, nenhuma verdade pode aforar-se em VERDADE...
E nossa incompletude nos impulsiona a buscar, a querer o novo, a realizar: isso é tudo de bom! Vamos caminhando.
abraços,
tania
Eu gosto do Jorge Amado.
ResponderExcluirGostei mais duns livros do que de outros, como é lógico, mas gosto.
No seu texto a parte do Dante e da Beatriz pôs-me KO. º_0
beijo Juan.
Caramba! Este seu espaço é pura cultura! Eu fico imaginando o quanto você lê por essa diversidade de coisa boa que posta aqui!
ResponderExcluirExcelente espaço! Obrigado!
Abraços!
Que belo texto seu moço.
ResponderExcluirgosto muito dos seus escritos.
ahh, obrigado pelo elogio.
é bom quando meus amados leitores aparecem por lá e deixam suas opiniões.
está nos ajustes ainda no Reino.
beijos querido e boa noite!
Ei Kenia, lá em cima, rs
ResponderExcluirCOncordo com você, que palavras mais lindas Henry Miller fala sobre Anais Nin...aiaia
Adorei Juan, maravilha de poste...
Bjs
Mila
procurar-se o equilíbrio naquilo que duas pessoas podem dar uma à outra é o mesmo que acreditar que um dia sairemos a voar por cima dos pássaros e de deus... (ainda assim, estou convencido de que beatriz amava dante infinitamente... ou não regressaria para o recuperar...).
ResponderExcluira propósito, "o gato malhado e a andorinha sinhá" (sim, esse mesmo :), supostamente contado às crianças) ainda é das coisas mais bonitas que alguma vez li.
um abraço, paladino da palavra e das ideias!
e o que Henry escrevia para as anônimas? ele tem uma relação literária fenômenal com Nin, deve ter tido uma cama fenômenal com aquela japonesa última.
ResponderExcluirpoxa, muito boas as questões levantadas aki sobre o q seja o real.
ResponderExcluiressa é uma questão q tá longe d ser resolvida.
mas cada um q crie sua realidade.
muito bom o texto hein.
abraço.
bom muito bom Juan, pensar ou ñ , apenas ler e tentar pegar com a intuição o sentido das palavras, lembrai de uma frase sobre verdades: ‘a verdade é o momento que passou...’
ResponderExcluirabraços
ns