"Eu não sei exatamente onde estou indo
Mas vou tentar ir ao Paraíso, se eu puder
Porque isto faz me sentir como um homem
Quando eu enfiar a agulha na minha veia
E direi a você que as coisas não são mais as mesmas
Quando estou apressado em minha corrida
E sinto como se fosse filho de Jesus
E acho que eu simplesmente não sei
E acho que eu simplesmente não sei...
Eu fiz a grande escolha
Vou tentar destruir minha vida
Porque quando o sangue começar a jorrar
Quando isto passar pelo meu pescoço
Quando eu estiver chegando perto da morte
E vocês não podem me ajudar, não vocês, caras
Nem vocês doces meninas com suas doces conversas
Você todos podem ir catar coquinhos
E acho que eu simplesmente não sei
E acho que eu simplesmente não sei
Eu queria ter nascido há mil anos atrás
Queria ter navegado pelos mares mais escuros
Em um grande barco à vela
Indo desta terra aqui para aquela
Em uma roupa de marinheiro e chapéu
Longe da metrópole
Onde um homem não pode se livrar
De todo o mal da cidade
E dele proprio, e daqueles a sua volta
Ah, e acho que eu simplesmente não sei
Ah, e acho que eu simplesmente não sei
Heroína, seja a minha morte
Heroína é minha esposa e minha vida
Porque um caminho na minha veia
Leva ao centro do meu cérebro
E então estarei melhor e morto
Porque, quando a heroína começa a se espalhar
Eu realmente não me preocupo
Com todos os babacas desta cidade
Nem com todos os políticos fazendo sons malucos
Nem com todo mundo maltratando todo mundo
Nem com todos os corpos mortos empilhados em montes
Porque, quando a heroína começa a correr
Eu realmente não me preocupo com mais nada
Ah, quando a heroína está no meu sangue
E este sangue está na minha cabeça
Cara, graças a Deus estou bem e morto
E graças ao seu Deus eu nem sei disso
E graças a Deus eu simplesmente nem me importo
E acho que eu simplesmente não sei
Oh, e acho que eu simplesmente não sei"
Não é tempo de escrever sobre rosas, teatro é uma lente de aumento, comigo a anotomia ficou louca, coração gigante grávido de suicídio, cinema é uma concepção do mundo, o pôster para à comunicação de massas. Uma bofetada no gosto do público. Depois de morto falarei como um vivo. (Maiakóvski)
Texto:Canção de uma das bandas que mais curto Velvet Underground - Heroína e escrito do poeta russo Maiakóvski.
Imagem: Cena do filmes Trainspotting e Laranja Mecânica
O instrumental dessa canção é uma maravilha, segue o ritmo da história que envolve a letra da canção.
ResponderExcluirBjs Juan
Mila Lopes
Velvet remete-me a Candy Says...
ResponderExcluir"Depois de morto falarei como vivo" - é isso que assistimos desde que "nossos herois morreram de overdose", não é? Parece que tanto talento não consegue ficar retido dentro desse invólucro chamado vida, e esses gênios incompreendidos precisam se libertar dessas amarras e explodir em luz... Um beijo, Deia.
ResponderExcluirBelo escrito
ResponderExcluire ótimos filmes, mas sou suspeito pra falar
vale a pena lembrar com o monologo de trainspotting é sensacional
"Não é tempo de escrever sobre rosas..."
ResponderExcluirMas venho aqui na expectativa, quem sabe, de ler algumas pétalas!
Abraço!
Eu li como se fossem rosas.
ResponderExcluirBeijooO'
E se as rosas não falam, talvez eu falarei por elas. Não sei, não sei, como morto falarei com elas...
ResponderExcluirBravo, bravo!
Bjs
Livinha
ESTAVA com saudade? A saudade já passou??? Então vou sumir mais um pouquinho pra ela voltar. =P
ResponderExcluirQue poema mais viajante... eu não gostei muito, deve ter algo de extraordinário nele mas eu não consigo entender (e não vou fazer de conta que gostei só pra agradar vc, essa não seria eu, seria?).
Beijo carinhoso pra você. Sempre.
Envelopes lacrados não podem ser violados.
ResponderExcluirÉ crime na forma da lei.
Excelente a letra do Lou Reed, Juan.
Simplesmente, devastadora.
Quanto aos filmes, adoro os dois: Trainspotting e Laranja Mecânica.
Cito ainda na mesma pegada Syd and Nancy (O amor mata).
Vlw a visita.
Abs.
Parabéns pelas postagens.
ResponderExcluirVc falando de envelopes e eu de cartas abertas no meu "boteco"
Beijooo!
tantos mestres juntos em um só posto só poderia resultar em uma maravilha
ResponderExcluircom ator bem sei que o teatro é a vida humana vista de dentro? dentro de que? huahuahuahuahahaha
é o que eu falava para os meus alunos, ele sempre perguntavam dentro de que, eu disse quanto vocês tiverem sido consumidos pelo teatro vocês vão saber
julgo que era roman polanski que dizia que o cinema não poderia ser leve nem fútil, pois perderia toda a sua capacidade de chegar aos corações das pessoas; se a vida não o é, por que o cinema o seria?...
ResponderExcluirum abraço, juan!
essa eu não conhecia...
ResponderExcluirLou reed é demais, mas essa letra me incomoda, não sei, talvez a dor do mundo fique muito escancarada e o desencontro evidente demais.
ResponderExcluirbeijo
denso...mmuito denso...tudo o que li por aqui
ResponderExcluir...hum...mas sempre é tempo de pensar nas rosas, ainda que a vejamos distantes, em algum lugar...em algum lugar. Estar bem e morto...Isso é tão torto, perdemos o prumo muitas vezes.
ResponderExcluirMas eu gosto mesmo é re rosas, de rosas, de rosas...
abraços,
tania
Gostei demais do post.
ResponderExcluirnão conhecia a letra da canção.
e curti as imagens!
excelente escolha Laranja Mecânica.
grande clássico!!!!
abração Juan,
bom fim de semana :)
Chocada!!!!! As vezes eu queria a heroína, e muitos querem apenas nnao temos coragem pra falar! Até me ví, batendo no Braço... ao destruição... não já nasci a arte e o teatro já estavam em crise!
ResponderExcluirpost bem legal hein
ResponderExcluiras vezes temos que esfregar merda na cara dos outros
só assim eles veem a merda
e cheiram-na
e degustam-na
hum delícia...
surreal como a vida parece ser..
ResponderExcluirMaiakóvski é uma picada de lucidez no cérebro,
ótimos filmes, ótimo texto.bj.
ResponderExcluirOlá...
ResponderExcluirMuito tempo distante, não?? A saudade apertou o peito aqui..mas o tempo está quase sumindo,....
li teus últimos escritos, falar deles?? impossível....surpreende-me a cada letra costurada....faz em mim espécie de encantamento prolongado...efeito de estado digestivo sempre...ainda tento digerir muitas coisas que engulo aqui, e que me causam insônia!!
Um enorme beijo!
Mell
Oi Juan!
ResponderExcluirCorrendo os olhos devagar por aqui...
=)
Gostei!
A heroína não conheço mas conheço morfina - e aí a gente nada sabe e como é bom não saber...
ResponderExcluirAdotei a heroína em mim como eu heroína a não conviver e apenas os filhos - que tive a maldade de pôr neste mundo _ me movem de uma maneira concreta.
O resto não sei e é melhor não saber.
Estar no mundo sem estar é navegar, você sabe e isso é bom de saber.
Tudo dói - menos o não ser o não estar e morrer sim para falar como vivo fosse mas estou eu aqui nessa paixão que tenho por Maiakówski e é melhor parar senão vou esbanjar-me e o espaço é seu e o talento também.
Esse trecho do Maiakóvski é um primor! Obrigado por compartilhá-lo, camarada!
ResponderExcluirabraço.
Leio e comento com calma qnd estiver em condições... Beijos
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